segunda-feira, 12 de dezembro de 2011




Estou agora triste. Há nesta vida
Páginas torvas que se não apagam,
Nódoas que não se lavam... se esquecê-las
De todo não é dado a quem padece...
Ao menos resta ao sonhador consolo
No imaginar dos sonhos de mancebo!



Oh! voltai uma vez! eu sofro tanto!
Meus sonhos, consolai-me! distraí-me!
Anjos das ilusões, as asas brancas
As névoas puras, que outro sol matiza.
Abri ante meus olhos que abraseiam
E lágrimas não tem que a dor do peito
Transbordem um momento...


E tu, imagem,
Ilusão de mulher, querido sonho,
Na hora derradeira, vem sentar-te,
Pensativa e saudosa no meu leito!
O que sofres? que dor desconhecida
Inunda de palor teu rosto virgem?
Por que tu'alma dobra taciturna,
Como um lírio a um bafo d'infortúnio?
Por que tão melancólica suspiras?


Ilusão, ideal, a ti meus sonhos,
Como os cantos a Deus se erguem gemendo!
Por ti meu pobre coração palpita...
Eu sofro tanto! meus exaustos dias
Não sei por que logo ao nascer manchou-os
De negra profecia um Deus irado.
Outros meu fado invejam... Que loucura!
Que valem as ridículas vaidades
De uma vida opulenta, os falsos mimos
De gente que não ama? Até o gênio
Que Deus lançou-me à doentia fronte,
Qual semente perdida num rochedo,
Tudo isso que vale, se padeço!


Nessas horas talvez em mim não pensas:
Pousas sombria a desmaiada face
Na doce mão e pendes-te sonhando
No teu mundo ideal de fantasia...
Se meu orgulho, que fraqueia agora,
Pudesse crer que ao pobre desditoso
Sagravas uma idéia, uma saudade...
Eu seria um instante venturoso!


Mas não... ali no baile fascinante, 
Na alegria brutal da noite ardente,
No sorriso ebrioso e tresloucado
Daqueles homens que, pra rir um pouco,
Encobrem sob a máscara o semblante,
Tu não pensas em mim. Na tua idéia
Se minha imagem retratou-se um dia
Foi como a estrela peregrina e pálida
Sobre a face de um lago...

By : Alvares de Azevedo

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Morbido Aspecto

A resposta da solidão é o silencio!

Na colina nebulosa,
onde está o cemitério negro,
corpos corroídos pleo tempo jogados
ao relento,
em um lugar onde é a morada dos aflitos,
o ponto final de nossa espécie,
corvos sobrevoam os sepulcros violados,
tantas lembranças, segredos que nunca foram revelados,
amor humano que nunca morre,
 este também está enterrado,
á longe se escuta o uivar dos chacais,
as arvores mortas e os galhos quebrados espalhados
pelo chão,
Mostram sua desolação e abandono,
não a vida onde abita os mortos,
a morte segue aos que estão vivos,
pronta para degolalos,
e retirar deles sua vida,
que seja feita sua vontade e que
eles possam
desfrutar deste sono eterno
do silêncio...




segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Em minha alma

Até em minha alma teu nome está entalhado,
Meu espírito vagava a tua procura,
 
e agora ele te encontrou

Posso sentir um coração frio começar a esquentar
Em minha veia é começado a pulsar algo quente,
 
pulsa com força porque te procura, necessita de ti

Meu corpo ao entrar em contato com o teu,
Perdeu a independência
vive em função do seu,

Sem esse teu sangue quente que corre por entre ti, meu corpo esfria e novamente me sinto morta
só sinto algo bater aqui dentro quando estou com você por perto.

Quando estou com você

Quando estou com você caio numa incrível escuridão
É como se o fogo me consumisse até não haver mais de mim
Fico cega e a única coisa que me vem à visão é você

Por que meu sangue gelado não precisa de nada mais que o teu corpo quente pra fervê-lo
Meu coração morto suplica por tua presença, pois só ela faz com que ele bata
Sem você caminho nas trevas condenada a vagar o resto da eternidade por lá
E as laminas que antes cortavam meus pés desapareceram
é como uma gota que escorrega pelo corpo.


sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Sem você

A minha vida sem você é um sofrimento eterno,
Um abismo obscuro,
Um ser sem vida,
Toda lagrima de meus olhos caída.
Me sujeito a você.
Não suporto mais sofrer,
A ti dou completamente todo o meu ser.
Nada mais podes fazer. Eu já pertenço a você!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Para começar...

solidao?


Me diga porque essa vontade de viver e ao mesmo tempo essa necessidade de morrer?
sao tantas perguntas sem solucao.


Todo dia eu sinto um grande vazio no meu coração.
Será uma maldição? 
ou apenas uma consequência da minha solidão?